Dicas aos Iniciantes

Prezado aluno ou candidato a aluno:

Realizar o sonho de voar é uma conquista muito emocionante, porém o parapente é um esporte perigoso e seu sonho pode se transformar em pesadelo se alguns detalhes importantes não forem observados com toda atenção.

QUALIFICAÇÃO DO INSTRUTOR

Antes de mais nada, seu Instrutor/Escola deve obrigatoriamente ser homologado pela ABP. Essa é a garantia de que ele preenche uma série de requisitos previstos na Norma Regulamentar da entidade que o torna um profissional bem qualificado, com conhecimentos técnicos e práticos suficientes para lhe ensinar com segurança. A seleção de um Instrutor é rigorosa. A ABP quer os melhores instrutores, não basta ser apenas bom. Buscamos a excelência na atividade de instrução e atuamos efetivamente para isso, seja entrando em contato diretamente com os instrutores para verificar desvios de conduta, seja por meio de treinamento nas Clínicas.

Pensando nisso, acabamos de criar a Divisão de Ensino Pesquisa e Desenvolvimento focada exclusivamente na qualidade da instrução. Toda essa preocupação é para que tenhamos pilotos bem formados tecnicamente e moralmente. O nível de risco de nosso esporte não permite que apenas o conhecimento técnico baste para temos pilotos seguros, temos de assegurar a qualidade da formação no aspecto da auto-preservação e responsabilidade.

Habilidade sem responsabilidade é um risco constante para todos...

O QUE ESPERAR E COBRAR NA INSTRUÇÃO

Sabemos um bom planejamento é essencial para garantir a qualidade de um curso; exija isto de seu instrutor/escola. Um bom curso conta com diferentes exercícios técnicos, que juntos criam condições de aprendizado para o novo aluno de forma a garantir sua segurança em voo. Você deverá cumprir exercícios de solo a fim a desenvolver a habilidade de controlar a vela no momento da inflagem. Alguns exercícios como slalom, corridas e especialmente a ênfase na postura devem ser praticados para que você tenha condições de controlar a vela com perfeição durante a inflagem, evitando uma decolagem desastrosa. Os treinos de decolagem de um morrote com desnível de uns 20 metros vai servir para assimilar o processo de decolagem e pouso. Prepare-se para executar estes exercícios de solo e morrote  exaustivamente, até a proximidade da perfeição. Você deve ser muito crítico nesta hora e exigir de seu instrutor uma ênfase completa na execução dos exercícios de controle de solo. Eles são garantia da qualidade de seu curso.
 
Os primeiros voos da rampa servirão para você treinar curvas, aproximação e pouso. Deverão ser realizados após às 16:00hs, fora do horário de turbulência, com a presença obrigatória do Instrutor na Rampa e um monitor no pouso para orientar o pouso até que você tenha habilidade para pousar sem orientação. Não se forma o piloto com um voo, apesar da comemoração do famoso voo de formatura, o primeiro realizado na rampa, serão necessários mais uns 5 a 10 voos monitorados para certificar que o piloto possa realizar seu voo solo, sem acompanhamento do Instrutor.

A fim de garantir a compreensão daquilo que se vai executar, o aluno deve ser capaz de planejar e verbalizar as etapas de seu voo ou exercício, assim como o instrutor deve cobrar este "briefing" de você antes de qualquer atividade, seja ela qual for.
 
Nas rampas onde houver ascendências dinâmicas que claramente envolvam sua permanência em voo, assim como o ganho de altura, seu Instrutor deve lhe ensinar todas as etapas envolvidas na prática desta modalidade de voo.
 
O voo de térmica conta com complexidades específicas que são aprendidas após certa experiência e especialmente a execução de exercícios em voo. Em rampas com voo de térmica, todo cuidado deve ser tomado para que você possa voar junto com os pilotos mais experientes. O ideal é que você contrate o curso avançado para voo em térmica, com instruções específicas de navegação, uso do GPS, orientação do resgate, análise de área de pouso desconhecido, rota de voo, planejamento de cross, etc. Além de ser altamente recomendável realizar o SIV, Curso de Pilotagem e Segurança.

TEORIA É OBRIGATÓRIA

O Instrutor deverá realizar aulas teóricas com seus alunos abordando:

AEROLOGIA: estudos dos ventos e seu uso prático no reconhecimento de rotores e condições de decolagem, voo e pouso.

AERODINÂMICA: as reações da vela, vento relativo, deriva, stall, etc. manobras com o parapente, panes e como solucionas as panes.

REGULAMENTO DE TRÁFEGO: analisando as restrições de voo local, os espaços aéreos, e regras específicas de voo livre, como prioridades de pouso, ultrapassagens, subidas em térmicas, etc.

MATERIAIS: homologação de velas, seletes e suas aplicações, reservas adequados ao peso, equipamentos eletrônicos, equipamentos obrigatórios e conservação e manutenção de todo o material que você usa.

METEOROLOGIA: estudo das nuvens e sua aplicação prática ao voo, microclima da sua região, direção geral dos ventos no seu local, rosa dos ventos, etc.

Existem livros nacionais sobre o voo livre abordando estes assuntos, recomendamos que sejam lidos todos eles.

Para você mudar para a condição de Piloto Nível 1, habilitado para voar solo, alé de realizar o treinamento prático, você terá que realizar uma prova teórica da ABP por meio do Gestor da ABP do seu Clube.


EQUIPAMENTO ADEQUADO E OBRIGATÓRIO
 
O Instrutor tem condições de lhe orientar na aquisição de seu primeiro equipamento, que deve ser uma vela que tenha a classificação EN A ou DHV 1, com tamanho adequado ao seu peso, nem maior, nem menor. Uma selete também adequada para o seu biotipo, reserva de acordo com o seu peso, capacete e rádio, completam o equipamento básico.
Este equipamento inicial deverá ser usado por no mínimo de 2 a 3 anos, quando o piloto, se desejar pode trocar a vela por um nível acima, ou seja, a EN B low ou DHV 1/2. Lembre-se que sua vela deve ser revisada anualmente para evitar colapsos estruturais e manter os padrões de homologação do fabricante.

COMPORTAMENTO DO INSTRUTOR

Ele é o responsável direto por sua formação, é esperado dele: seriedade, responsabilidade, assiduidade, pontualidade, conhecimento e total comprometimento com a instrução. Uma vez acordado o treinamento que será dado (lift ou cross), locais de treinamento, horários e pagamento, o Instrutor será responsável por oferecer o treinamento adequado ao seu local de voo e zelar para que você voe nas condições de segurança que o seu nível de aprendizado oferece.

COMPORTAMENTO DO ALUNO

Você NUNCA deverá voar sem a presença de seu Instrutor enquanto estiver na condição de Aluno em Instrução, sob pena de ser desligado do Curso por conduta de risco, já que você ainda não adquiriu condições de avaliar todos os fatores que atentam quanto a sua segurança e de terceiros.

Você deverá dedicar-se evitando faltas desnecessárias e apresentar-se nos treinamentos sempre descansado e sem influências de quaisquer substâncias que prejudiquem seus reflexos , sua capacidade de compreensão e julgamento. Faça um check-up antes de iniciar o esporte conversando com seu médico a respeito para averiguar se não há nenhum impedimento com o crises agudas de labirintite, desvios sérios de coluna, osteoporose, problemas cardíacos, etc. Mantenha um condicionamento físico mínimo para praticar o esporte com tranquilidade.

Acatar as orientações do Instrutor e sanar todas as suas dúvidas com o mesmo.

Seguindo estas orientações, esperamos que você realize seu sonho e venha participar das Clínicas e se manter atualizado tecnicamente.
 
Bem vindo ao mundo do voo livre !

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